Fora do Jogo #11: Video game e política
Esta é a série Fora do Jogo, na qual Adriano Brandão e Danilo Silvestre conversam sobre o que está além do video game: a relação dos jogos com a sociedade que os cerca. Como os video games são influenciados e influenciam os mais diversos aspectos das nossas vidas?
Tudo é política; video game também. Não demorou muito para que jogos fossem incorporados ao discurso dos agentes políticos da sociedade: legisladores, juízes, educadores, religiosos, jornalistas, eleitores. Nos primeiros anos, video games eram fontes inesgotáveis de pânico moral para políticos loucos por atenção; depois, gamers viraram os queridinhos dos extremistas. O que mudou de lá pra cá? O que há de político no ato de jogar?
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Os famosos links no post
- O termo “pânico moral” foi cunhado nos anos 1970 pelo sociólogo sul-africano Stanley Cohen, embora o conceito em si já tivesse sido exposto pelo filósofo canadense Marshall McLuhan nos anos 60. Ambos os estudiosos estavam preocupados com o efeito dos meios de comunicação de massa, mas o corolário principal de Cohen – “o não-típico é tornado típico” – funciona da mesma maneira para políticos da era da internet
- O termo “empreendedor moral” é mais usual que “mercador moral”, mas ambos têm o mesmo sentido – o de indivíduo ou grupo cujo papel auto-imposto é fazer a sociedade manter ou adotar certo padrão moral. O conceito foi trazido à tona pelo sociólogo americano Howard Becker nos anos 1960, em seus estudos sobre desvio
- A “janela de Overton” é uma ferramenta analítica criada pelo cientista político americano Joseph Overton nos anos 1990. Ela funciona como uma espécie de régua móvel de aceitação pública. Uma mesma ideia pode ser considerada aceitável em determinado momento e completamente inaceitável em outro. O sucesso de todas as propostas políticas dependem da posição atual da janela
- A audiossérie Retrato Narrado, da jornalista Carol Pires, é uma espécie de biografia de Jair Bolsonaro; seus anos de empreendedorismo moral são descritos no episódio #4
- O “kit gay” é o apelido que o próprio Bolsonaro deu para o programa Escola sem Homofobia, material didático elaborado em 2011 por um grupo de ONGs, após encomenda da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ele nunca chegou a ser distribuído nas escolas. Utilizada sem sucesso na campanha de José Serra em 2012 (para a prefeitura de São Paulo), a polêmica do suposto “kit gay” foi explorada anos a fio por Bolsonaro
- Quadrinhos já foram combustível de pânico moral. A história é muito próxima à dos video games e aconteceu nos anos 1950, nos Estados Unidos, após a publicação de “A sedução dos inocentes“, do psiquiatra alemão Fredric Wertham. Wertham atribuía a quadrinhos “de crime” o aumento na delinquência juvenil. O livro caiu nas mãos do senador democrata Estes Kefauver, do Tennessee, que instaurou uma espécie de CPI para debater o tema. As audiências foram transmitidas pela então nascente televisão, encontraram ressonância na opinião pública e forçaram as editoras a criarem um código de conduta e a estabelecer um escritório de auto-censura, a Comics Code Authority, que durou até a década de 2010
- O boato das balas Van Melle (hoje a empresa se chama Perfetti Van Melle, após fusão; é uma empresa ítalo-holandesa) acabou transbordando em um caso real: algumas balas foram encontradas com furos de agulha e vestígios de cocaína em 1997. A polícia suspeitou, na época, de sabotagem industrial
- Falamos sobre as audiências sobre video games no Senado americano no episódio #6 da temporada Chronopedia
- Em 2001, o brutal assassinato de uma estudante em Ouro Preto, Minas Gerais, levou à proibição do RPG “Vampiro: A máscara“. Os policiais que investigaram o caso aventaram a hipótese de que a vítima teria sido punida por perder uma partida de RPG e acabou sacrificada em um “ritual satânico”. Os participantes da suposta partida foram inocentados pela Justiça
- As classificações da ESRB, o comitê que indica a adequação etária de video games nos EUA, vão desde “E” (“everyone”, para todos) a “AO” (“adults only”, só para adultos), passando por “10+” (10 anos ou mais), “T” (adolescente) e “M” (maduro)
- Todos os GTAs lançados, desde o primeiro, de 1997, até o mais recente, de 2013, receberam a classificação “M”, para jogadores de 17 anos ou mais. A única exceção é “GTA 2“, de 1999, que recebeu o selo “T” (13 anos ou mais)
- Sim, o RPG “EverQuest” foi proibido no Brasil. Mais especificamente, em Goiás, a pedido do Procon de lá. A alegação de “questões psíquicas” não foi dada pelo juiz do caso, mas pelo próprio Procon, em comunicado à imprensa: “EverQuest” levaria os jogadores a “conflitos psicológicos ‘pesados'”
- Em famoso artigo no Medium, o escritor americano Dale Beran associa diretamente a ascensão de Donald Trump ao 4chan
- Em 2017, a Netflix lançou um documentário em 4 partes sobre a vida de Trump. O quarto e último episódio mostra bem sua jornada de apresentador de reality show para tuiteiro para convidado frequente de programa matinal
- Simule, no conforto do seu navegador, a vida agitada do editor de primeira página do New York Times: é o sensacional “The New York Times Simulator“
- “Germinal“, romance naturalista do francês Émile Zola, foi publicado de maneira seriada entre 1884 e 1885. Trata principalmente de uma greve de trabalhadores de minas de carvão em meados dos anos 1860. Germinal é o nome do sétimo mês do calendário revolucionário, que vigorou na França entre 1793 e 1805 (em substituição ao calendário gregoriano usual). O germinal equivale mais ou menos ao final de março, início de abril
- O game designer de “H.E.R.O.” se chama John Van Ryzin (não Jonathan)
- “Planet Arrakis, known as Dune… land of sand… home of the spice mélange”
Nosso som
As lindas vinhetas do Pouco Pixel foram todas compostas pelo Rodrigo Faleiros. Conheça o trabalho dele! Já a música de fundo foi trilha de uns jogos de tirinho meio polêmicos…
Carinha do jabá
O Pouco Pixel é uma produção da AD&D Studio, que traz a você podcasts como o Bola Presa, o Escuta Essa, o Ilha Quadrada… e, em breve, muito mais!
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