Fora do Jogo #12: Video game e gênero
Esta é a série Fora do Jogo, na qual Adriano Brandão e Danilo Silvestre conversam sobre o que está além do video game: a relação dos jogos com a sociedade que os cerca. Como os video games são influenciados e influenciam os mais diversos aspectos das nossas vidas?
Video game é coisa de menino? Quem disse? Video games herdaram toda uma cultura de exclusão que remete ao século 19: jogos de tabuleiro e esportes eram vistos como atividades masculinas. Quando o Nintendinho foi lançado, acabou parando na seção de brinquedos para meninos. Com o tempo, o gap de gênero só ficaria mais e mais profundo. Como mulheres são representadas nos jogos e na mídia especializada? Algo mudou de lá pra cá? O que foi o gamergate? Como combater a misoginia do ambiente gamer?
00:03:22 – Tema
01:18:39 – Tag Team
Pouco Pixel 10 Anos!
O Pouco Pixel completa 10 anos em 2025 e a próxima temporada do Pouco Pixel será mais que especial! Que tal voltar para 2015 e curtir o Pouco Pixel raiz, o Pouco Pixel arte, o Pouco Pixel moleque? Com tema que varia toda semana, Debate de Bolso e, elas mesmas, Cartinhas? Pois tudo isso vai acontecer! Quer dizer… vai acontecer, mas dependendo de vocês! A produção da temporada Pouco Pixel 10 Anos precisa da ajuda de vocês para ser custeada. A campanha de financiamento coletivo está na última semana; presta atenção que ela termina dia 29 de novembro. Tem níveis de contribuição e recompensas para todos os gostos e bolsos. Contribua agora e garanta essa temporada histórica!
Black Friday da Alura: Até 50% de desconto para transformar sua carreira!
A Black Friday da Alura chegou com o maior desconto do ano! Com até 50% OFF, essa é a sua chance de garantir acesso a todos os cursos e formações da maior escola de tecnologia do Brasil. Aprenda programação, UX, data science, IA, e muito mais! Invista no seu futuro e aproveite essa oportunidade única de estudar por mais tempo, pagando menos. Não perca tempo: o desconto é por tempo limitado – somente até 29/11! Então inscreva-se agora: https://www.alura.com.br/poucopixel
Os famosos links no post
- Bicicletas e mulheres estão ligadas desde a invenção do veículo, em 1817. Não era socialmente aceito que mulheres pedalassem bicicletas de rodão (as penny-farthings), mas a invenção da “bicicleta de segurança” (o modelo usual de hoje) nos anos 1880 incluiu definitivamente as mulheres no ciclismo
- O escritor inglês H.G. Wells, conhecido por seus livros de ficção científica, publicou em 1913 “Littte Wars“, um conjunto de regras que trazia a mecânica dos kriegsspiels, os jogos de guerra alemães, para o mundo de soldados e infantarias de miniatura. Era o que faltava para dar vida aos hoje populares jogos de guerra
- 22 mulheres participaram dos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900. Elas só poderiam competir individualmente em dois esportes: tênis e golfe. Coletivamente, elas podiam participar das competições de croqué, hipismo e iatismo. Esportes que permitiam atletas mulheres, como tiro com arco e patinação, foram sendo incluídos ao longo dos anos, aos poucos. Os primeiros Jogos em que todas as modalidades tinham competições femininas foram os de Londres, sim… mas de 2012, não 1948. Até hoje nenhuma edição olímpica recebeu mais atletas mulheres que homens; Paris 2024 chegou bem, bem perto da igualdade
- Você precisa ouvir o podcast Primeiro Contato, do jornalista Henrique Sampaio. A primeira temporada conta a introdução dos jogos de PC no Brasil. A segunda trata da chegada da internet comercial. O episódio #9 da primeira temporada trata especificamente do ambiente tóxico, hipermasculinizado, da indústria de games – e da mídia de games também
- O UOL foi atrás do pessoal que tocava a revista Super Game Power nos anos 1990 e produziu um documentário com depoimentos deles. No vídeo, eles contam sobre a criação dos personagens que davam dicas e resenhavam os jogos. No começo cada jornalista “encarnava” um personagem, mas em pouco tempo a tarefa virou coletiva – todos eram de todos. Então, sinto dizer, nunca houve Marjorie Bros
- Sabrina, Julia e Bianca são as três linhas de romances para o público feminino que a Editora Nova Cultural, uma subsidiária da Abril, vendeu por décadas em bancas de jornais. A primeira linha, com histórias novelescas, cheias de conflitos e reviravoltas, se iniciou em 1977 com o romance “Passaporte para o amor”, da inglesa Anne Mather. A segunda linha, lançada em 1978, trazia enredos mais moderninhos, geralmente sobre jovens rebeldes, e foi inaugurada por “Escrava do amor”, da também inglesa Violet Winspear. A terceira linha, que viu a luz do dia também em 1978, trazia histórias de teor mais poético e açucarado. O sucesso desses livros estereotipicamente femininos não é um fenômeno brasileiro. Os títulos eram quase todos traduzidos do selo britânico Mills & Boon, que, no auge, chegou a lançar mais de cem livros por mês
- Lara Croft, a protagonista de “Tomb Raider”, tem três passados diferentes, a depender da série. Nos jogos originais (1996), Lara era filha de um aristocrata; no primeiro reboot, de 2006, seu pai era arqueólogo; no segundo, de 2013, seu pai e sua mãe eram arqueólogos. Isso para não falar dos filmes (no primeiro, o Croft pai era membro dos illuminati)
- O tempo que você leva para terminar “Metroid” (NES, 1987) determina quanta roupa Samus Aran vai tirar na cena final. Mas calma. Os jogos seguintes da franquia também fazem isso!
- Atenção à cronologia: “Alien” (1979), “Aliens” (1986), “Alien 3” (1992) e “Alien Resurrection” (1997). No Brasil, os títulos dos dois primeiros filmes respeitam os originais: “Alien, o Oitavo Passageiro” (no singular) e “Aliens, o Resgate” (no plural)
- “Tropes vs. Women in Video Games“, a série de 2013 da jornalista canadense Anita Sarkeesian, sobre a representação feminina em jogos. Ela é uma sequência da série “Tropes vs. Women“, de 2011, em que o assunto é o cinema
- “Depression Quest“, a ficção interativa de 2013 da game designer americana Zoë Quinn, trata da vida de uma pessoa com depressão. Ele foi recebido positivamente pela crítica na época, sendo encarado primariamente como peça educativa
- No movimento que pode ser considerado o ponto de partida do Gamergate, o ex-namorado de Zoë Quinn insinuou que o crítico da Kotaku, Nathan Grayson, teria elogiado “Depression Quest” por ambos terem tido um relacionamento. Não era verdade; Grayson nunca resenhou o jogo
- O conceito de “woke”, como muitos outros, transitou e mudou de significado. Ele surgiu como um chamado para a comunidade afro-americana ainda nos anos 1930; voltou a circular nos anos 2010 dentro da esquerda americana, até ser transformado em adjetivo derrogatório pela direita nos anos 2020. Nesse sentido mais recente, woke é uma espécie de afetação de justiça social
- Você sabe, mas vale lembrar: o golpe fracassado de 8 de janeiro de 2023 invadiu o STF, não o STJ
- “Tokenização“, ou “tokenismo”, é o ato de se forçar uma falsa representatividade ao incluir pessoas de minorias em empresas, times, elencos etc. A pessoa token é escolhida menos por suas qualidades próprias e mais pelo que ela parece representar
- A tenista americana Jennifer Capriati foi a primeira do ranking mundial em 2001, ano em que ganhou seu primeiro Grand Slam, o Aberto da Austrália, e seu segundo, Roland Garros. Ela ganharia mais um Aberto da Austrália em 2002, e se aposentaria em 2004. Curiosamente, o jogo de Mega Drive que leva seu nome é de 1992, muito antes do seu auge. Sim, ela foi medalha de ouro em Barcelona, mas o jogo foi lançado antes da Olimpíada começar
- Aliás, Adriano e Danilo jogaram “Jennifer Capriati Tennis” no canal de YouTube do Pouco Pixel
- O primeiro “Virtua Tennis” (1999) só tinha tenistas homens; 9 mulheres foram acrescentadas a “Virtua Tennis 2” (2001). A tela de seleção apresenta todas as opções simultaneamente, mas os homens aparecem em cima, e as mulheres, embaixo
- “Golgo 13” é um mangá que começou a ser publicado em 1968 e existe até hoje. O personagem-título não é um agente secreto como James Bond, mas um assassino de aluguel. De qualquer maneira, o mesmo clima de jet-set internacional percorre suas intrincadas histórias
- Irene Lew, a agente da CIA que interage com Ryu Hayabusa na série “Ninja Gaiden“, aparece como uma espécie de bond girl dos anos 1960 nas transições de fase do segundo título do Nintendinho, “The Dark Sword of Chaos” (1990). 007 não é a única referência cinematográfica, já que o visual de Irene na trilogia original é totalmente calcada na Rachael de “Blade Runner” (1982), vivida por Sean Young
- Em “Prince of Persia” (1989), a mocinha, que se chama simplesmente Princesa, é raptada pelo grão-vizir Jaffar e deve ser resgatada por um herói sem nome – supõe-se que seja o Príncipe do título. Ou seja, o único personagem nomeado é o vilão
Nosso som
As lindas vinhetas do Pouco Pixel foram todas compostas pelo Rodrigo Faleiros. Conheça o trabalho dele! Já a música de fundo foi trilha de uns jogos de tirinho meio polêmicos…
Carinha do jabá
O Pouco Pixel é uma produção da AD&D Studio, que traz a você podcasts como o Bola Presa, o Escuta Essa, o Ilha Quadrada… e, em breve, muito mais!
Podcast: Baixar (101.5MB)