Fora do Jogo #7: Video game e tecnologia

Esta é a série Fora do Jogo, na qual Adriano Brandão e Danilo Silvestre conversam sobre o que está além do video game: a relação dos jogos com a sociedade que os cerca. Como os video games são influenciados e influenciam os mais diversos aspectos das nossas vidas?

Até o advento dos smartphones, video games eram os aparelhos de tecnologia mais sofisticada que as pessoas costumavam ter em suas casas. O papo hoje é sobre a simbiose muito estreita entre jogos e tecnologia: o quanto o avanço de um possibilita o avanço do outro, o quanto o sucesso de um financia o outro, o quanto a ampla penetração de um forma o público do outro. Em outras palavras: video games são, usam e criam tecnologia.

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Os famosos links no post

O primeiro episódio da nossa temporada Chronopedia é basicamente sobre tecnologia
Vários aparelhos de DVD tinham screensavers quando pausados ou desligados. Screensavers são animações cujo único propósito é não marcar a tela de televisão com uma imagem estática. Uma das animações mais usuais era o chamado bouncing logo, um logotipo “DVD Video” rebatendo aleatoriamente na tela. Torcer para o logo se encaixar no canto da TV virou mania mundial após virar tema de piada na série “The Office“. Se você não tiver um aparelho de DVD em casa (puxa), você pode brincar online
O Atari 2600 foi lançado em 1977 como o nome de Atari Video Computer System. Ele só foi rebatizado como 2600 em 1982, para não ser confundido com o recém-lançado Atari 5200
ARJ, RAR e ZIP são formatos de compactação de arquivos. Quem trabalhou com computadores nos anos 1980 e 1990 teve invariavelmente de lidar com arquivos comprimidos – as limitações de disquetes e das conexões dial up da época forçavam isso. Hoje esses arquivos ainda existem, mas lojas de aplicativos e updates automáticos esconderam essa tecnologia nos bastidores
Pois é, existem computadores analógicos! A definição é ampla o suficiente para incluir instrumentos simples como réguas de cálculo, mas existem computadores bastante complexos baseadas em eletrônica analógica (que utilizam sinais contínuos ao invés de sinais discretos como zeros e uns)
A gente jogou raríssimos e estranhíssimos jogos de Atari 2600 para fita cassete no primeiro vídeo do nosso canal de YouTube. Cassetes eram possíveis no Atari graças a um periférico chamado Starpath Supercharger, lançado em 1982. Ele provia incríveis 6 KB de memória RAM para o console – incríveis mesmo, porque a RAM nativa do Atari era de somente 128 bytes. Não kbytes. Bytes
“UFO 50” é uma recém-lançada coleção que reúne 50 jogos de um video game fictício dos anos 1980, o LX. Os jogos são todos novos, claro, mas nesse mundo ficcional teriam sido lançados entre 1982 e 1989 – e as limitações e evoluções tecnológicas são respeitadas
A Nvidea ultrapassou a Intel em valorização de mercado já em 2020; há anos abundam rumores sobre uma possível aquisição da Intel, seja pela Nvidea, seja pela Qualcomm, seja por fundos de investimento
A 3dfx era a empresa responsável pelas muito populares placas gráficas Voodoo; ela foi comprada em 2000 pela Nvidea; a Matrox era uma concorrente da época, que tentava ganhar mercado com suas placas Millennium
O Kinect, o sensor de presença e movimento do Xbox, foi desenvolvido em 2009 a partir de uma tecnologia licenciada da israelense PrimeSense. Em 2013, a Apple comprou a PrimeSense e incorporou sua tecnologia no reconhecimento facial de seus produtos, o chamado Face ID, lançado em 2017. À essa altura, a Microsoft já tinha seu próprio autenticador biométrico – o Windows Hello, lançado em 2015. O Windows Hello se baseia em princípios similares ao do Kinect e do Face ID, mas não usa a tecnologia da PrimeSense
“The Dig“, o adventure de 1995 da LucasArts, é baseado em um roteiro que Spielberg bolou para sua série televisiva Amazing Stories. A ideia de transformar o enredo em um jogo surgiu já em 1989, quando o desenvolvimento começou. Sim, o projeto durou seis infinitos anos. Quatro diferentes gerentes foram responsáveis pelo jogo ao longo desse período, e ele foi refeito duas vezes
Contamos toda a história do “FIFA International Soccer” em nosso antigo blog (sim! tem uns 70 textos sobre jogos aqui neste site)
“Virtua Striker“, o arcade da Sega, é de 1994; “Actua Soccer“, o jogo para PC da Gremlin Interactive, é de 1995. A EA só lançaria seu primeiro futebol tridimensional, o pavoroso “FIFA 97“, em 1996
As músicas licenciadas do “FIFA 98” incluem “Song 2“, do Blur, que quem jogou na época provavelmente sabe cantar até hoje
Eis “A febre dos video games“, a famosa matéria do Globo Repórter com imagens de “F-Zero”. Ela é de 1991
Mode 7 é o nome de um dos vários modos da placa gráfica do Super Nintendo. Ela consegue manipular imagens bitmap de maneira que elas pareçam estar em perspectiva. A técnica é diferente mas o efeito é similar ao do ray casting, o modelo adotado por jogos como “Wolfenstein 3D” e “Doom”
O Adriano fica inventando palavra: o termo certo é “difusor”, claro

Nosso som

As lindas vinhetas do Pouco Pixel foram todas compostas pelo Rodrigo Faleiros. Conheça o trabalho dele! Já a música de fundo era trilha de certos jogos de deus…